Despedida Sem Abraço
Marise Ribeiro
Errante..., solitária, com a esperança esmagada,
atravesso a amargura das noites frias...
Ecoam no peito os segredos da escuridão,
purgo da ausência as dores..., as fobias,
a consciência pesa, a alma chora...
Por que reneguei teu abraço quando foste embora?
Este deserto secou minha ternura...
O desejo cada vez mais impiedoso
soterra-me nas dunas arenosas da quentura...
Longe de ti mais árida ficou a vida...
Procuro a sombra, mas só encontro os abutres...
Por que reneguei teu abraço na hora da despedida?
Dele poderia ter tirado o agasalho,
para suportar o vento gélido das madrugadas
ou quem sabe a aragem refrescante,
para mitigar as feridas que doem, latejadas...
Por que não entendi quando me estendeste os braços
com um olhar de que ainda valia a pena seguir adiante?
23/06/06
Inútil Magia
Marise Ribeiro
Como brisa, quero desalinhar teus cabelos,
roçar e eriçar teus pelos,
virar vento e varrer de ti os mistérios.
Como sol, quero aquecer tua paixão,
deixar teu corpo em ebulição
para te subjugar ao meu império.
Como flor, perfumar tua noite,
inebriar-te até a embriaguez,
depois te possuir com o ardor da insensatez.
Como mar, sussurrar em teus ouvidos,
açular, com melodias de nereidas,
teus mais recônditos sentidos.
Como lua, fazer-te enamorado de mim,
deixando-te enfeitiçado pela madrugada
para que a todos meus desejos digas sim.
Como rio, conduzir meu curso a ti,
refrescar teus pés da caminhada
e, como gota ao deslizar por tua pele,
sentir-me um pouco abençoada.
Como estrela, guiar-te em minha direção,
nem que fosse um dia sequer.
Mas tudo isso não passa de uma ilusão,
se eu não sirvo nem como mulher.
04/11/05
!!! Meu maravilhosa Marise!!!Maryro